segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dicas de adubação para floração, manutenção e crescimento das orquídeas

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Esta dica é específica para adubação visando melhor floração de nossas orquídeas.  Entretanto existe a adubação para manutenção e aquela para crescimento.
De modo geral, para entendimento simples, a adubação de manutenção usamos normalmente em plantas adultas. Ela é balanceada em igualdade na combinação dos elementos químicos N-P-K (nitrogênio (N), fósforo (P)  e potássio (K) e podemos usá-la a cada 10 ou 15 dias, sempre sem exageros na dosagem, recomendando-se o uso do NPK 20-20-20 solúvel .  É mais comum encontrar no mercado de lojas de jardinagem ou agropecuário a formulação NPK 10-10-10, que pode ser usada normalmente e nem por isso aumentada a dose - mas lembre-se, indicada para manutenção porque  para floração é aquela acima descrita.
A adubação para crescimento é aquela com maior teor de nitrogênio (N),  assim recomenda-se o NPK 30-10-10. Usamos essa adubação para plântulas novas ou em crescimento, e quando queremos garantir um bom enraizamento inicial, que ajudará posteriormente no melhor desenvolvimento geral da planta.
A adubação NPK 8-45-14, de acordo com instruções do fabricante é recomendada principalmente para “arranque de plantas debilitadas”. Particularmente prefiro usá-la para floração. Apesar do fabricante indicar para tal fim a formulação NPK 10-30-20. Esta formulação pode ser utilizada para floração - mas reitero, prefiro aquela mais fosfatada, na composição NPK 8-45-14.
Em qualquer dessas formulações, seja para crescimento (NPK 30-10-10), para manutenção (NPK 20-20-20 ou 10-10-10) ou floração (NPK 8-45-14 ou 10-30-20) pode-se fazer uso dos aditivos mencionados acima – glutamato monossódico e complexo B, na mesma proporção referenciada para floração.
Evite usar diferentes tipos de adubo ao mesmo tempo, uma overdose pode ser fatal para sua planta. Assim, se você colocou recentemente no vaso de sua planta uma colher de torta de mamona misturada com farinha de osso ou de ostras, não poderá usar a adubação acima sugerida, pois o substrato de sua planta estará com toda uma composição de  adubo orgânico em processo de fermentação liberando vagarosamente doses de nitrogênio, fósforo e potássio, valendo essa recomendação para quem esteja usando o bokashi, que apresenta o mesmo processo, incluindo aqui aquele granulado chamado osmocote, de liberação superlenta.
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As espécies do gênero Phalaenopsis apresentam caule praticamente nulo com avantajada folha larga e suculenta, onde está toda sua reserva nutricional, e sendo monopodial, de crescimento sucessivo, possui raízes longas, grossas e flexíveis, que crescem em profusão dentro de vasos plásticos arejados e bem drenados, com substrato misto de casca de coco, pinus e casca de arroz carbonizada.
Na realidade a formulação de um substrato para orquídea epífita e monopodial não deve ser levado à risca como regra, mas sim sugestão. Só não vale inventar muito, achando que uma orquídea epífita e monopodial irá adaptar-se a substrato com terra e compactado! Em pouco tempo estará atacada por bactérias ou fungos, melando suas raízes e destruindo suas folhas.
Regas e adubação
A orquídea Phalaenopsis, como a grande maioria das orchidaceas, aprecia boa umidade ambiente no substrato em vaso ventilado, mas nunca encharcado. Regas uma vez ao dia, preferencialmente no amanhecer ou entardecer, quando os estômatos nas folhas estão abertos e receptivos a nebulização úmida do ar absorvem  os nutrientes, o mesmo ocorrendo com os velames microporosos que compõem todo o enraizamento da planta.
Para evitar acúmulo de água na junção de suas folhas, o ideal é cultivar a planta meio inclinada, principalmente nos casos em que a pessoa tenha muitos vasos, regando-os com esguicho ou aspersores.
Recomenda-se na adubação de manutenção e crescimento uso de adubo cristalizado solúvel em água e que deve envolver além dos micronutrientes já incorporados na fórmula química, os macronutrientes N-P-K na proporção 10-10-10 ou 20-20-20. Para floração essa composição muda para reforço maior em Fósforo (P) e pouca coisa a mais em Potássio (K) – válido para a maioria das orquídeas – na fórmula 10-30-20. Se na região onde você residir não tem a fórmula com esses valores,  não é problema, compre o que encontrar desde que  tenha proporção parecida ainda que apresente esses números reduzidos (aliás, é o que mais encontramos no interior do Brasil nas lojas de jardinagem ou produtos agropecuários).
Adubação orgânica composta pela mistura de torta de mamona substituindo o Nitrogênio (uréia) químico (N), a farinha de osso ou de ostras substituindo o Fósforo(P) e cinzas de madeiras diversas no lugar do Potássio (K), são excelente variante de adubação para orquídeas. Apesar de orgânico, esses componentes devem ser usados com a mesma cautela ou cuidado quando usamos adubação química, tendo em consideração que o ideal é usar em quantidade mínimas ou homeopáticas.
Exemplificando: Se no folheto ou modo de usar do frasco diz uma colher de chá para um litro de água, diminua para uma colher de café, ou naquela quantidade maior, aumente em três vezes a quantidade de água, guardando em frasco plástico fechado (garrafa pet por exemplo) e com essa água molhe a planta uma vez ao dia, até que essa solução nutricional acabe. Lembrar apenas de agitar o frasco antes do uso.
Agindo assim a orquídea não terá problema de super dosagem e intoxicação.
Floração e novas mudas
Apresentam flores vistosas, coloridas, que variam do branco ao vermelho, passando pelo amarelo, creme-esverdeado, roxo, estriadas e incontáveis nuances de cores, pintalgadas ou não, principalmente nas espécies híbridas, plantas mais usadas para embelezar interiores! São sempre trilobadas e podem apresentar diferenças de forma, considerando a origem de sua origem genética nos cruzamentos. Apesar da exuberância de suas florações seu perfume, se existir é praticamente nulo. Ainda não encontrei durante o dia uma Phalaenopsis híbrida perfumada. Diz-se que ela seria polinizada na madrugada por um tipo de mariposa (falena) que aliás, são insetos de hábitos noturnos, diferentes das borboletas que possuem hábito diurno.
As orquídeas Phalaenopsis têm uma tendência em reflorir numa mesma haste floral onde tenha tido floração anterior, soltando nova inflorescência nos nódulos velhos (ou gemas).
Em algumas situações pode soltar nesses nódulos velhos, novas mudas.
Alguns orquidófilos após a floração anterior, costumam medir cerca de um palmo (cerca de 22 cm) na haste floral a partir da base da planta, cortando ali. Em seguida cauterizam o ferimento com uma colher quente e/ou passam pasta de canela em pó úmida evitando germes oportunistas como fungos e bactérias.
Nesse pedaço de 22 cm de haste que ficou na planta costuma nascer outra haste floral.   Borrifar solução de água filtrada com complexo vitamínico B ou hormônio enraizador (tiamina de boro ou 2 comprimidos de Benerva esmagados e dissolvidos num litro de água -  e ácido giberélico).  Com o tempo poderá surgir novas mudas nos nódulos dessa haste. Somente destacar as novas mudas quando estas estiverem com as folhas duplas crescidas e apresentando enraizamento, replantando-as conforme já explicado acima.
Dicas finais
Muitos orquidófilos usam pulverizar com canela em pó (powder cinnamon on Phal. roots getting healthy plant)  colocada na palma da mão e soprando-a sobre as raízes das Phalaenopsis, visando proteção contra fungos e bactérias, e dizem, obtendo  melhor floração com a planta mais saudável.
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Nome Científico: Aechmea fasciata
Nome Popular: Aequimea, vaso-prateado, bromélia-aequimea
Família: Bromeliaceae
Origem: Brasil
Ciclo de Vida: Perene
Uma das bromélias mais comercializadas, a Aequimea é normalmente vendida em vasos. Sua folhagem é rígida, com estriações verticais, espinhos nas bordas e apresenta escamas esbranquiçados, principalmente quando a planta é jovem.
A inflorescência, muito durável, também é rígida, formada por brácteas cor-de-rosa, cheias de espinhos nas bordas, e flores roxas delicadas.
Os frutos são pequenos e arredondados. A floração ocorre quando a planta está madura e recebeu iluminação e nutrientes suficientes. Após a floração a planta emite brotações laterais e morre.
Muito indicada para a decoração de interiores durante a floração, após este período deve ser levada ao jardim para locais semi-sombreados, frescos e úmidos.
Devem ser cultivadas em substrato para epífitas, como casca e fibra de coco, areia, entre outros materiais, sempre à meia-sombra, irrigadas regularmente.
Multiplica-se por separação das mudas laterais, quando estas atingem 2/3 do tamanho da planta mãe. Profissionalmente pode ser multiplicada por sementes e meristema.
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É Impossível não se encantar pela beleza e formas exóticas das orquídeas.
A variedade também impressiona: são mais de 35 mil espécies e cerca de 150 mil tipos híbridos, o que faz da família das orquidáceas uma das maiores do mundo vegetal.
Além disso, aproximadamente 90% delas são epífitas, ou seja, desenvolvem-se apoiadas sobre troncos.
Portanto, se tem o privilégio de ter um amplo jardim em casa, pode optar por fixá-las nas árvores.
Além de favorecer o desenvolvimento da planta, terá como bônus uma área verde com flores coloridas e exuberantes.
Como plantá-la
É muito simples plantar este tipo de flor. Primeiramente, é preciso selecionar um local iluminado, mas que não receba luz solar direta.
Retire a planta do vaso com cuidado para não partir as raízes. Para facilitar a remoção, umedeça o vaso com um pouco de água.
O ideal é realizar o transplante em épocas chuvosas, pois a umidade do ar ajudará a enraizar melhor as raízes, durante o fim da tarde, quando as temperaturas estão mais amenas.
Coloque as raízes na árvore, forme uma capa com musgo e amarre-as com uma fita muito estreita. É aconselhável colocá-las, pelo menos, a uma altura de 1,5 m para evitar doenças causadas por pragas.
A plantação está feita. O próximo passo é garantir a saúde da orquídea. Para isso deverá regá-la sempre na altura das épocas de seca, mas sem exageros para que a umidade excessiva não cause o desenvolvimento de fungos.
Poderá também adicionar adubo químico foliar, semanalmente.
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Cymbidium
Todas as espécies de orquídeas são identificadas por nomes latinos. Lineu, fundador do sistema binominal de classificação dos seres vivos, estabeleceu a regra de dois nomes latinos: o primeiro escrito com inicial maiúscula, indica o gênero a que pertence o indivíduo descrito; o segundo, também escrito em latim e com minúscula, identifica a espécie. Além disso, inclui-se o nome do botânico que primeiro descreveu e publicou a descrição. Ex. Cattleya walkeriana Gardner.
Para indicar pequenas diferenças no tamanho, na cor, na forma ou no modo de desenvolvimento, algumas plantas recebem um nome adicional para a variedade (por exemplo, Cattleya mossiae var. waf gneri).
O nome destas espécies (variedades de cultivo) é impresso em caracteres romanos, entre aspas, depois do nome latino da espécie, que é impresso em itálico (Cattleya mossiae “Linden’s Champion”). Um x minúsculo entre o nome genérico e o epíteto específico indica que se trata de um híbrido natural (Calanthe x vJeitchii). Um X maiúsculo entre os nomes de 2 espécies (Cattleya mossiae X Cattleya warscewiczii) indica um cruzamento artificial.
Tanto os amadores como os produtores comerciais criam continuamente novos híbridos; quando estes florescem é-lhes atribuído um nome com o qual são registrados. A partir daí, todas as plantas resultantes desse cruzamento ou de outros cruzamentos entre os mesmos progenitores tomam o mesmo nome. O primeiro híbrido artificial, de orquídea, de que se tem notícia foi resultado de um cruzamento de Calanthe, feito em 1856 por Dominy, resultando Calanthe Dominyi. Para registrar oficialmente um cruzamento devem ser seguidos processos perfeitamente definidos.
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Epidendrum_denticulatum
Epidendrum denticulatum – É uma espécie de orquídea, muito comum no Brasil, que faz parte de um grupo de espécies de pertencentes ao gênero Epidendrum, todas muito parecidas, distintas apenas por pequenos detalhes, as quais de modo geral são consideradas sinônimos do E.secundum Jacquin. Em regra este grupo de espécies é terrestre ou epífita, muitas vezes encontrado em dunas ou à beira das praias e às margens dos rios, vivendo sob sol pleno, por quase todo o litoral brasileiro e em muitos outros países americanos. São ocasionalmente utilizados em jardins pois florescem longamente formando vistoso conjunto de flores de cores variáveis. Híbridos desta espécie são comumente encontrados à venda nas exposições de orquídeas e supermercados.
A principal causa da confusão em sua identificação é devida ao fato de as espécies secas e prensadas em herbários perderem parte das características facilmente verificáveis em uma planta viva, principalmente no que se refere à curvatura e calosidades presentes no labelo de suas flores
São plantas de crescimento pseudomonopodial, ou seja, crescem continuamente no ápice dos caules, mas brotam também das gemas presentes em sua base, como acontece nas plantas de crescimento simpodial. Quando sujeitas à luminosidade insuficiente tornam-se estreitas, alongadas e emaranhadas, produzindo grande quantidade de brotos e raízes próximos das extremidades dos caules. Quando iluminadas por sol pleno, apresentam mais brotos basais, sendo raros os latero-terminais, além de apresentarem porte bastante mais baixo.
Suas raízes apresentam velame esponjoso do tipo-epidendrum, são delgadas, medindo cerca de 3 mm de espessura, bastante longas, prolongando-se aéreas por mais de metro quando a planta assume o hábito epífita. O caule é cilíndrico e mede cerca de 4 mm de diâmetro, podendo alongar-se por mais de um metro quando em locais mais sombreados. As folhas são espessas e quebradiças, alternadas, articuladas, geralmente conservando-se apenas uma dúzia das folhas mais novas na porção terminal dos caules, medem até 9 cm de comprimento por 2 cm de largura
A inflorescência é racemosa, terminal, em umbela, ou seja, formando uma circunferência ou globo que cresce continuamente e pode medir mais de 30 cm, com até cem pequenas flores, sempre umas dez a trinta simultâneas, brancas, creme, amarelas, alaranjadas ou mais frequentemente róseas, que abrem em sucessão durante quase todo o ano, dispostas para todos os lados . As flores duram cerca de um mês, medem cerca de dois centímetros de diâmetro e não ressupinam, ou seja, não torcem o ovário de modo a aparecerem com o labelo na parte inferior. As pétalas e sépalas são iguais e ovaladas medindo 11 mm de comprimento por 5 mm de largura, o labelo é tetralobado e, como todos os Epidendrum, soldado à coluna, mede 12 mm de comprimento.
A característica distintiva desta espécie são os calos presentes no labelo de suas flores, que parecem dois pequenos dentes divergentes de extremidade crenulada, próximos à coluna, separados por uma carena entre eles. As outras espécies deste grupo costumam apresentar apenas um grande calo central de formato variado disposto em frente à coluna.
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Dendrobium Kingianum
São mais de 35mil espécies já descritas. Suas dimensões são as mais variadas: desde pequenas plantas com flores do tamanho da cabeça de um alfinete até plantas que chegam a três metros de altura.
O que são?
A orquídea é a única flor, no reino vegetal, que tem fundidos, os órgãos de reprodução masculino e o feminino, num único segmento floral, chamado coluna ou gynostemium.
A família das orquídeas é, provavelmente, a maior família das angiospermas. Foram já descritas, até a atualidade, mais de 25000 espécies e produzidos outros tantos híbridos, por cruzamento de formas espontâneas e cultivadas.
Há orquídeas com as mais variadas dimensões, desde plantas extremamente pequenas, até plantas com mais de três metros de altura, capazes de produzir hastes florais de comprimento superior a quatro metros. Formas tão diferentes podem ser englobadas numa única família devido ao fato de possuírem uma estrutura floral idêntica.
Numa flor típica da orquídea há sempre três sépalas (verticilo externo) e três pétalas (verticilo interno), embora algumas destas partes possam aparecer fundidas ou bastante reduzidas. Uma das pétalas, o labelo, é diferente das outras, quase sempre maior e mais vistoso; geralmente a flor cresce de tal modo que o labelo é o segmento inferior.
Projetando-se do centro da flor, surge um órgão carnudo e claviforme, o ginostêmio ou coluna, como resultado da fusão dos órgãos masculinos (estames) e femininos (carpelos). Este conjunto caracteriza uma orquídea. A antera localiza-se no extremo da coluna e contém os grãos de pólen, agrupados em dois a oito massas, chamadas políneas. Imediatamente abaixo da antera fica uma pequena depressão de superfície viscosa, o estigma, ou órgão receptivo feminino, no qual as políneas são depositadas durante a polinização. Sob a coluna está o ovário, que, após a fecundação, se desenvolve e forma uma cápsula contendo sementes.
Uma única cápsula de orquídea pode conter um milhão de sementes, tão finas como o pó de talco. O número de políneas encontrados numa flor de orquídea é um dos importantes meios de classificação.
Habitat
Variam desde áreas arenosas até lodaçais e habitats aquáticos, desde as florestas sombrias das zonas temperadas até os topos das árvores das densas florestas úmidas intertropicais. Algumas espécies estão restritas a um tipo determinado de habitat, mas outras podem ser encontradas numa grande variedade de ambientes. Nas florestas tropicais, a maior parte das orquídeas cresce nos ramos mais altos das árvores, onde encontram luz e ar em abundância. Acontece até não serem visíveis do solo, mas um exame cuidadoso de uma única árvore derrubada pode revelar mais de cinqüenta espécies diferentes.
É possível encontrar orquídeas em praticamente todas as partes do mundo, desde o Ártico até os trópicos; contudo, é nas regiões mais quentes da Terra que elas ocorrem em maior abundância, não só em número como em variedade de formas. Podem ser encontradas desde o nível do mar até mais de 4000 m, mas são mais freqüentes em altitudes entre 500 e 2000 m.
De acordo com o lugar de origem, as orquídeas são classificadas como Epífitas, Terrestres ou Rupículas.
Quais seus tipos?

Epífitas – nessa categoria se incluem a maioria das orquideas na natureza (cerca de 90%), onde se desenvolvem sobre troncos e galhos de árvores. Apesar de vegetar nos troncos das árvores, não são parasitas, pois realizam a fotossíntese a partir de nutrientes absorvidos pelo ar e pela chuva. Portanto, ao contrário do que se pensa, não sugam a seiva da árvore.
Rupículas – se adaptaram a viver sobre encostas rochosas e pedras. São conhecidas também como litófilas.
Terrestres – são as que vivem como plantas comuns na terra (Ártico e das regiões temperadas).
Hábitos Vegetativos
Simpodiais (com brotação lateral)
são dotadas de um rizoma (caule), que vai se estendendo sobre o suporte, como que rastejando, produzindo raízes que ancoram a planta, na árvore ou pedra hospedeiras, e ligando os pseudobulbos (formações que funcionam como armazéns de água e nutrientes) que lança anualmente, de onde brotam as flores.
Monopodiais(com crescimento terminal em único eixo)
São orquideas que tem um crescimento vertical, como a grande maioria das plantas. Não têm pseudo-bulbos e produz folhas aos pares.
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Cymbidium-Orchid
Quase todas as orquídeas têm uma fase de crescimento e uma fase de repouso. A fase de repouso começa no final do outono e vai até o fim do inverno. Durante a fase de crescimento (tem início na primavera até o final do verão) a planta tem que ser regada e adubada com maior frequência. Não há uma regra fixa para isso, em geral só se rega quando a planta estiver quase seca. É importante estar atento a fim de evitar que o vaso seque completamente, ocasionando danos às raízes, que poderiam ser queimadas pelo efeito dos minerais retidos no substrato em função de repetidas adubações.
Adubos
Todo adubo contém Nitrogênio (N), Potássio (K) e Fósforo (P), e algumas vezes Cálcio (Ca), que são conhecidos como macronutrientes. São fundamentais, também, para o desenvolvimento das plantas os micronutrientes, dentre eles o ferro, manganês, boro, molibdênio e zinco.
O adubo pode ser orgânico – estrume, farinha de osso, mamona – ou inorgânico, produzido industrialmente pela combinação de elementos químicos.É sempre importante misturar mais de um adubo orgânico, como por exemplo: misturar à torta de mamona em partes iguais, farinha de osso, de ostra e cinza de madeira. A vantagem do uso dos inorgânicos é o conhecimento da quantidades de elementos que estamos aplicando. Os três tipos mais usados são:
Alto teor de Nitrogênio -  N-30; P-30; K-10
BalanceadoN-20; P-20; K-20
Baixo teor de Nitrogênio N-10; P-20; K-30

No inicio do crescimento da planta o nitrogênio é fundamental. É necessário usar um adubo com o teor de nitrogênio de 30:10:10:.
Semeadura de orquídeas
Em árvores:

* Limpe bem o tronco. Envolva cerca de 1 m dele com um saco de estopa com malha grossa. Amarre-o fortemente com um fio plástico;
* Molhe bem esse saco com água, de preferência destilada (de farmácia), durante uma semana;
* Retire da planta-mãe a ponta de algumas raízes (cerca de 5 cm) portadoras do fungo micorrizo. Macere-as bem num pilão de madeira, adicionando um pouco de água destilada;
* Regue toda a estopa com esse material. A seguir, semeie pequena quantidade de sementes em cima dessa estopa;
* Dentro de alguns dias você irá verificar a germinação das sementes.
A germinação e a quantidade que vigorará variam muito, dependendo da fecundidade e do poder germinativo das sementes. Esse método não pode ser feito de abril a agosto, nem em época de muita chuva.
Substratos e vasos
*
O tipo de substrato depende do tipo de orquídea. Uma epífita não se adaptaria num vaso com substrato muito fechado, já uma terrestre provavelmente morreria se amarrada num palito de xaxim;
* O substrato deve reter umidade sem ficar encharcado durante muito tempo e tem que ser capaz de manter a planta firme, pois uma planta que fica solta nunca terá raízes saudáveis;
* É recomendável o uso de fibra de xaxim, dada a sua facilidade de uso. Recomenda-se, também, jogar o xaxim num balde com água para dispersar o excesso de pó, que se decompõe muito rápido, ocasionando o apodrecimento das raízes;
* Pode-se utilizar musgo, para aquelas plantas que gostam de mais umidade. Utilize um vaso com espaço menor possível. um vaso grande demais vai acumular água causando apodrecimento das raízes. O vaso deve ter furo, ou furos, para drenagem;
* A orquídea tem que ser envasada quando a planta estiver grande demais para o vaso, ou quando o substrato ficar velho. A planta só deverá ser reenvasada quando a fase de crescimento começar, pois do contrário, pode resultar no enfraquecimento e morte da planta. O ideal é reenvasar sempre que a planta comece a lançar novas raízes e antes que estas cresçam muito;
* Quando proceder a divisão da planta, tenha certeza de conservar, no mínimo, 4 pseudobulbos, para possibilitar a floração seguinte.
Dicas de plantio
A maior parte das orquídeas pode ser plantada em vasos de barro ou plástico, cujo tamanho deve ser o menor possível. Vaso grande pode reter demais a umidade, causando apodrecimento das raízes.
O plantio deve ser feito quando a planta estiver emitindo raízes novas, o que se percebe pelas pontas verdes, não importando a época, inverno ou verão. Quando for dividir a planta, a muda deve ter no mínimo três bulbos, tendo-se o cuidado de não machucar as raízes vivas, o que se consegue molhando-as, pois ficam mais maleáveis.
Algumas orquídeas soltam mudas novas pelas laterais (Vanda, Renanthera, Rynchostylis e outras). Nesse caso, deve-se esperar que a planta emita pelo menos duas raízes, para proceder a separação da planta-mãe.
* Coloque uma camada de pedra no fundo do vaso ( 2 a 3 dedos) para permitir a rápida drenagem do excesso de água;
* Complemente com xaxim desfibrado. É importante não haver pó no xaxim. Comprima bem o xaxim para firmar a planta. Se necessário, coloque uma estaca para melhor sustentação;.
* Algumas orquídeas dificilmente se adaptam dentro de vasos. Nesse caso, o ideal é plantá-las em tronco de árvore ou casca de peroba ou palito de xaxim, protegendo as raízes com um plástico até a sua adaptação;
* Deve-se molhar não só as raízes mas também as folhas com água adubada bem diluída.
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Dendrobium
Nome popular: Dendrobium.
Nome científico: Dendrobium (híbridos)
Família: Orchidaceae.
Origem: Sudeste asiático.
Características: É uma das orquídeas mais populares do mundo. Quase todas as Dendrobium comercializadas são híbridas, por isso existem muitas diferentes formas e colorações disponíveis. Todas as espécies de Dendrobium são epífitas, podendo ser facilmente presas a árvores.
Cultivo: As Dendrobium precisam de alta luminosidade, mas com pouco ou nenhum sol direto, que pode causar queimaduras nas folhas. Preferencialmente, mantenha em um local bem iluminado, com muita luz difusa (indireta). Deixar sob a copa de uma árvore é o ideal.
Gosta de temperaturas intermediárias, sendo que temperaturas muito baixas podem causar a queda de algumas folhas. Essas orquídeas também precisam de uma umidade relativa do ar moderada (entre 50 a 60%).
Faça regas regulares durante o crescimento, mantendo o substrato sempre úmido, mas nunca deixe encharcado. Durante os meses mais frios, mantenha regas mais distantes, deixando o substrato secar levemente antes de regar novamente.
Os talos das flores podem precisar de suporte. Faça isso fincando uma vareta e amarrando o talo a ela.
Em vasos, bons substratos são: casca de pinus, carvão vegetal, fibra de coco, esfagno etc. É a mesma recomendação que para as outras orqídeas epífitas.
Podemos adubá-las com misturas de torta de mamona e farinha de osso, que são colocadas na borda do vaso (longe dos bulbos). Também existem adubos químicos e misturas prontas disponíveis no mercado.
Prendendo em árvores: Para prendê-las em árvores é fácil, basta amarrá-las no tronco de uma árvore. Quanto mais rugoso o tronco, mais fácil será prendê-la. Se desejar, embrulhe a raiz em um pouco de fibra de coco.
Troca de vaso: Quando a planta começar a crescer para fora do vaso, provavelmente é hora de trocá-la de vaso. Na troca de vaso, retire as folhas, flores e pseudobulbos mortos. Nunca a troque de vaso durante o seu florescimento. A melhor hora para o transplante é quando o crescimento de folhas estiver se iniciando novamente (2 a 3 meses após o florescimento).
Propagação: A melhor forma de reproduzirmos uma Dendrobium em casa é através da divisão de touceiras, ou seja, da divisão da planta em partes menores.
Cada parte deve possuir ao menos 3 pseudobulbos. As partes divididas levam alguns anos para voltarem a florescer.

Cymbidium
Nome popular: Cymbidium.
Nome científico: Cymbidium spp.
Família: Orchidaceae.
Origem: Ásia
Características: As orquídeas Cymbidium são uma das mais comercializadas e adoradas no Brasil. O gênero possui 44 espécies, mas a maioria das que são vendidas no Brasil são híbridas. Algumas espécies são terrestres ou semi-terrestres, mas as mais populares podem ser encaradas como epífitas, mesmo que não se prendam a árvores.
Suas flores são muito duráveis, sendo freqüentemente utilizadas como flor de corte, para a utilização em arranjos florais que podem durar semanas. O florescimento ocorre geralmente na primavera, por ser uma planta de clima temperado.
Cultivo: As orquídeas Cymbidium precisam de luz alta a média, mas não suportam luz direta durante o dia todo. O ideal é que tomem o sol da manhã ou somente luz difusa (indireta) intensa. Ela floresce melhor em ambientes bem frios, pois sua floração é induzida por baixas temperaturas. Mas mesmo em regiões de temperaturas intermediárias ela pode vir a florescer bem.
São plantas fáceis de cuidar, sendo rústicas, principalmente em regiões mais frias. Podem ser cultivadas inclusive em substratos como pedra britada e carvão. Entretanto, alguns as cultivam em misturas de terra e areia, pois elas suportam também esse tipo de substrato.
Troca de vaso: Quando a planta começar a sair do vaso, ou ela começar a se tornar desajeitada, troque-a para um vaso maior ou divida a planta. Quando for trocar de vaso (transplantar), remova as raízes mortas batendo levemente nas raízes.
Propagação: Pode ser reproduzida separando-se os pseudobulbos, que devem estar em grupos de pelo menos 3 cada um. As novas plantas podem levar de 2 a 3 anos para que floresçam novamente.
Comercialmente são propagadas por micropropagação, gerando plantas idênticas umas às outras.
Dicas de especialistas:
Floresce uma vez ao ano, na época mais fria do ano (outono/inverno).
Não floresce em regiões com poluição.
Regar uma vez por semana com água sem cloro.
Após a florada, amarrar em tronco de árvore ou em tocos velhos.
A florada perdura por aproximadamente 75 dias, mas nem toda haste com botões chega a florescer.
Após a florada, retirar a haste velha e o copo, e amarrar em árvore ou toco velho.
Adubar com farinha de osso e torta de algodão ou mamona.

Distribuição

Parque Nacional Chapada dos Guimarães
Local onde existem muitas espécies de orquídeas.
Vale próximo a Itirapina
Trecho ainda coberto pela Mata Atlântica original, que primitivamente cobria a maior parte do estado de São Paulo. Exemplo de ambiente propício ao desenvolvimento das orquídeas.
Eurystyles actinosophila
Espécie epífita crescendo nas mesmas matas retratadas acima.
Embora sua distribuição seja bastante irregular, as orquídeas são encontradas praticamente em todas as regiões do planeta, com exceção da Antártida. Devido a grande distribuição geográfica, é natural que um grupo tão diverso também apresente adaptações aos mais diferentes climas, bem como a multiplicidade dos agentes polinizadores presentes em cada região.[1] Trata-se de uma família em ativo ciclo evolutivo e seus gêneros mais próximos cruzam-se com certa facilidade na natureza, desafiando o antigo conceito botânico em que uma espécie é formada por todos os indivíduos capazes de cruzar com a produção de descendentes férteis.[2]
A predominância das espécies ocorre nas regiões tropicais, notavelmente nas áreas montanhosas, que representam barreiras naturais e isolam as diversas populações de plantas. Algumas áreas principais são as ilhas e a área continental do sudeste asiático e a região das montanhas da Colômbia e Equador onde se pode encontrar um grande número de espécies, devido ao isolamento das espécies pelas diversas ilhas ou separadas pelas cadeias de montanhas, ocasionando elevado número de endemismos. O terceiro local em diversidade possivelmente é a mata Atlântica brasileira com mais de mil e quinhentas espécies.[3] Outras áreas importantes são as montanhas ao sul do Himalaia na Índia e China, as montanhas da América Central e o sudeste africano, notadamente a ilha de Madagascar.
O Equador é o país onde existe o maior número de espécies registradas, chegando ao número de 3 549,[4] imediatamente seguido pela Colômbia, com 2 723,[4] Nova Guiné, com 2 717,[4] e Brasil, que totaliza 2 590.[4] Entre outros, Borneu, Sumatra, Madagascar, Venezuela e Costa Rica, são países com elevado número de espécies.[5]
Podemos dividir de maneira grosseira a presença de orquídeas pelos continentes do seguinte modo:[6]
Os tipos de orquídeas que predominam em cada uma dessas áreas também são muito variáveis. Nas regiões tropicais úmidas, onde a luz e a umidade são abundantes, porém a competição com espécies arbóreas é muito forte, as orquídeas assumem um hábito predominantemente epifítico.[7] Em busca de luz sob a sombra de árvores de mais de até 40 metros de altura, estas ervas crescem sobre os galhos e troncos, a alturas variadas de acordo com as necessidades de cada espécie. Suas raízes, expostas ao ar, obtêm a maior parte dos nutrientes do material em decomposição ao seu redor, da água da chuva que lava as folhas das árvores no alto, ou da poeira existente no ar. Entremeado ao velame, existe um fungo chamado Micorriza que auxilia na decomposição de matéria orgânica e na transformação desta em sais minerais, para facilitar sua absorção. Em casos extremos de umidade, as orquídeas podem absorver a água e os nutrientes pelos poros em suas folhas, relegando as raízes apenas a função de sustentar a planta sobre o substrato. Nenhuma orquídea assume a função de parasita, ou seja, sua presença não prejudica seus hospedeiros embora haja casos excepcionais em que o galho de uma árvore não suporte o peso de uma grande colônia de orquídeas e venha a quebrar. Há também muitas espécies terrestres, algumas destas, nas regiões tropicais, mantêm-se em desenvolvimento constante durante todo o ano.[7] A grande quantidade de matéria orgânica disponível no solo da floresta favorece o surgimento de algumas poucas espécies saprófitas, orquídeas desprovidas de clorofila que obtêm toda a matéria orgânica de que precisam do material em decomposição ao seu redor.
Em regiões de clima temperado, onde a relva é predominante, ou em regiões de secas como as áreas de savana e os campos rupestres, as orquídeas são basicamente plantas terrestres, com raízes subterrâneas bem desenvolvidas, às vezes com a formação de tubérculos equipando-as para resistirem ao frio e à neve, ou à seca prolongada e ao fogo.[8] O frio congelaria as espécies epífitas que não têm raízes abrigadas para armazenarem os nutrientes necessários para a brotação na primavera. Também o fogo consumiria inteiramente as plantas epífitas. Nestas áreas de clima sazonal, as plantas normalmente passam por um estágio de dormência, em que, muitas vezes, sua parte aérea seca para evitar danos à sua fisiologia devido à seca, ou ao frio extremo.
Algumas espécies são consideradas ameaçadas de extinção na natureza, tanto pelas coletas indiscriminadas como pelo corte das florestas para agricultura e mesmo pela utilização de agentes desfoliantes em guerras ocorridas no passado.[9] Surpreendentemente, a maioria das espécies consideradas ameaçadas de extinção estão entre as mais comuns em cultivo e das quais há maior produção comercial.[10] A maioria das espécies realmente raras não está presente nestas listas por não apresentarem verdadeiro valor comercial e pouco interesse despertarem. De modo geral, pelo seu baixo valor comercial, os governos não fazem levantamentos sobre a população de orquídeas presentes na natureza e os que existem são apenas resultado de estudos acadêmicos pontuais.[11]
É interessante ressaltar ainda o fato de que um único fruto de orquídea carrega centenas de milhares de sementes e que a existência de dois ou três indivíduos em cultivo pode produzir no espaço de poucos anos elevadíssima quantidade de plantas, tornando a ameaça de extinção desta planta muito diferente da ameaça de extinção de uma animal, que produz apenas poucos filhos por gestação.

Etimologia

Orchis lactea: Observa-se a semelhança de seus tubérculos com os testículos de um mamífero. Essa semelhança é que originou o nome "orquídea".
O nome orquídea vem do grego όρχις (órkhis) que significa testículo e ειδος (eidos) que significa: aspecto, forma; em referência ao formato dos dois pequenos tubérculos que as espécies do gênero Orchis apresentam.[12] Como este gênero foi o primeiro gênero de orquídeas a ser formalmente descrito, dele derivou o nome de toda a família.[13]

Taxonomia

Ophrys lutea
Uma espécie européia terrestre.
Cattleya labiata
Planta nativa do Brasil, que causou sensação ao ser introduzida na Inglaterra.
Brassavola nodosa
Originária da América Central, foi uma das primeiras orquídeas americanas a serem levadas para a Europa.
Orchidaceae é considerada uma das maiores, senão a maior entre todas as famílias botânicas.[6] O número de espécies de orquídeas é próximo a vinte cinco mil, correspondendo a cerca de 8% de todas as plantas com sementes.[5] A quantidade de espécies aceitas é quatro vezes maior que a soma do número de mamíferos e o dobro das espécies de aves.[14] Esses imponentes números desconsideram a enorme quantidade de híbridos e variedades produzidos por orquidicultores todos os anos. Além disso, anualmente centenas de espécies novas são descritas, tanto fruto de revisões de gêneros há muito estabelecidos, mas cujas espécies não se encontravam bem determinadas, como novas espécies encontradas na natureza. Apenas no ano de 2008 o International Plant Names Index registrou mais de 400 novas espécies descritas.
A família Orchidaceae foi estabelecida em 1789 por Antoine Laurent de Jussieu ao publicar seu Genera Plantarum.[13] Antes de Jussieu classificar a família, Linnaeus já havia descrito oito gêneros de orquídeas que, no entanto, não se constituíam em uma família à parte. Todas as espécies epífitas então pertenciam ao gênero Epidendrum.[15]
Desde a criação da Orchidaceae a pesquisa sobre estas espécies tem sido ininterrupta. Sua classificação sofreu diversas revisões e o número de gêneros conhecidos em que se dividem vem aumentando ao longo dos anos, atualmente elevando-se a mais de 800.[16] O número exato é incerto, pois não há consenso sobre a melhor maneira de dividir os gêneros. Conforme a referência consultada, os gêneros aceitos são diferentes ocasionando esta grande variação numérica, basta comparar a quantidade de gêneros publicados desde 2002 para classificação das espécies anteriormente subordinadas ao gênero Dendrobium[17] e os gêneros aceitos pelo banco de dados do Royal Botanic Garden.[5] A tendência mais recente é a classificação baseada em caracteres moleculares, ou genéticos, chamada filogenética, que teoricamente reflete as relações evolutivas entre os grupos de espécies, no entanto, este sistema ainda é novo e nem todos os estudiosos aceitam-no plenamente, muitos ainda preferindo a avaliação morfológica. Grande debate ocorre pelos membros de ambas as tendências como se conclui pelas palavras do filogenista Mark Chase, que relega a morfologia a plano secundário,[18] e impacientes palavras de Carlyle August Luer, um morfologista que há trinta anos vem se dedicando às espécies da subtribo Pleurothallidinae,[19] com as regras de Chase.
As espécies de orquídeas são um desafio para os teóricos em Biologia, no que diz respeito ao próprio conceito de espécie, aquela formada por indivíduos capazes de reproduzirem-se produzindo descendentes férteis. A maioria das espécies de orquídeas é capaz de cruzar com as espécies próximas e produzir híbridos férteis. Estes híbridos ainda podem ser cruzados com outras espécies, e produzir novas gerações de híbridos férteis. Mesmo a maioria dos gêneros próximos pode cruzar produzindo descendentes férteis. Há inumeráveis híbridos entre espécies, e milhares mesmo entre gêneros. Há híbridos obtidos através do cruzamento de várias gerações de híbridos de quatro ou mais gêneros distintos. Este fenômeno é um dos trunfos dos orquidicultores, que podem misturar suas espécies e obter uma combinação quase infinita de novas formas e cores, mas híbridos ocorrem também naturalmente sem a intervenção humana.[7] É possível que várias espécies classificadas pelos botânicos sejam, na verdade, híbridos naturais há muito estabelecidos na natureza.
Como o conceito tradicional de espécie, não se aplica às orquídeas, a delimitação exata de cada espécie de orquídea também muitas vezes é bastante complicada. Muitos grupos encontram-se isolados e apresentam pequenas diferenças morfológicas que alguns estudiosos julgam suficientes para o estabelecimento de espécies independentes enquanto outros julgam estas variações apenas como características normais de endemismos, sem importância suficiente para caracterizar uma espécie à parte.[11] Assim também o número exato de espécies de orquídeas aceito pela comunidade científica é altamente variável conforme a referência consultada.
Há ainda complicadores em que espécies próximas cruzam-se habitualmente, produzindo grupos de plantas levemente diferentes e mesmo novas espécies muito próximas a uma das espécies originais, ou casos em que as espécies originais acabam por mesclarem-se totalmente aos descendentes produzindo grupos de plantas muito variáveis.[20] A tendência moderna é a de se classificar estas espécies de difícil delimitação em complexos que algumas vezes de fato constituem-se por muitas espécies intermediárias de difícil separação. Nestes casos, nota-se claramente a diferença entre alguns indivíduos extremos, mas a maioria é de difícil identificação. Há muitos exemplos, dentre os quais citamos os complexos da Brasiliorchis picta, do Anacheilium vespa, da Heterotaxis crassifolia, e inumeráveis outros.
A família Orchidaceae divide-se em cinco subfamílias (números estimados de gêneros e espécies pelo Phylogeny Group):
Disa uniflora
A primeira espécie africana a chegar na Europa.
Plantas com pólen pastoso ou farinoso, que geralmente não formam polínias, com duas ou três anteras férteis linear-lanceoladas, folhas de bases embainhadas, estaminóide alongado e labelo similar às pétalas. São 2 gêneros e 16 espécies do Sudeste Asiático;
Plantas com pólen pastoso ou farinoso, que geralmente não formam polínias, com duas anteras férteis oblongas ou ovais, folhas de bases embainhadas, estaminóde em formato de escudo e labelo geralmente saquiforme. São 5 gêneros e 170 espécies das regiões temperadas do mundo, poucas na América tropical;
Plantas com pólen pastoso ou farinoso, que geralmente não formam polínias, com uma antera fértil incumbente e folhas sem bases embainhadas. São 15 gêneros e 250 espécies na faixa tropical e subtropical úmida do globo, e leste dos Estados Unidos da América;
Plantas com pólen coeso formando polínias, uma antera fértil ereta ou tombada para trás e folhas enroladas claramente plicadas, raízes frequentemente carnosas. São 208 gêneros e 3630 espécies distribuídas em todo mundo, exceto nos desertos mais secos, no círculo Ártico e na Antártida;
Plantas com pólen coeso formando polínias, com antera incumbente, ou tombada para trás mas então com folhas claramente plicadas e raízes raramente carnosas. Formada por mais de 500 gêneros e cerca de 20.000 espécies distribuídas sobre as mesmas regiões de Orchidoideae, embora existam algumas espécies subterrâneas no deserto australiano.
A divisão das espécies pelos gêneros é muito irregular. Há grande quantidade de gêneros com apenas uma espécie e alguns com mais de mil. Apesar de muitos destes grandes gêneros estarem passando por processos de revisão e divisão em gêneros menores e mais manejáveis, citamos aqui alguns como estavam até recentemente.[5] Bulbophyllum com quase duas mil espécies; Lepanthes, Stelis, Epidendrum, Pleurothallis, e Dendrobium com mais de mil; Oncidium, Habenaria e Maxillaria com cerca de 700, e Masdevallia com mais de 500.

Índice de géneros de Orchidaceae


Morfologia

Cattleya loddigesii
Espécie epífita no habitat.
Cattleya walkeriana
Espécie crescendo de forma rupícola, no habitat.
Habenaria josephensis
Espécie terrestre crescendo sobre o solo sombrio e turfoso de um bosque.
Cyrtopodium hatschbachii
Espécie terrestre crescendo em meio ao capim do cerrado.
Entre todas as características distintivas da família Orchidaceae, muito poucas são compartilhadas por todas as espécies devido ao fato destas encontrarem-se em diferentes estágios evolucionários. Alguns grupos divergiram do grupo principal nos primeiros estágios evolutivos da família, enquanto outros permaneceram constantes por muito tempo.[21]
Entre as características que distinguem esta família as mais importantes são:[1]
  • A presença da coluna, estrutura originada pela fusão de seus órgãos sexuais masculinos e femininos;
  • Grãos de pólen agrupados em estruturas cartilaginosas chamadas polínias;
  • Sementes muito pequenas, quase sem nutrientes, formada por agrupamentos com poucas células, as quais somente germinam na presença de certos fungos;
  • Flores de simetria lateral, não radial, constituídas por seis segmentos, três externos chamados sépalas e três internos, chamados pétalas. Das pétalas, uma bastante diferenciada, chama labelo, normalmente responsável pela atração de agentes polinizadores para a coluna da flor. As flores das orquídeas costumam apresentar-se invertidas de sua posição normal devido à torção do ovário em 180º durante o crescimento dos botões, em um processo chamado ressupinamento;
  • A maioria das espécies epífitas apresenta as raízes cobertas por estrutura esponjosa chamada velame;
  • São plantas de duração indeterminada pois crescem indefinidamente, de modo contínuo ou em surtos anuais, teoricamente por tempo ilimitado. Muito pouco se sabe sobre a idade que uma orquídea pode alcançar porém há registros de sua longevidade tanto pelo exemplar mais antigo em cultivo no Royal Botanic Garden, que tem mais de 200 anos, como por uma planta pertencente à Círculo Americanense de Orquidófilos, já há mais de cem anos em cultivo.
Para todas as características citadas acima há abundantes exceções, no entanto todas as orquídeas compartilham em diferente grau diversas destas qualidades.[1]

Hábito

As orquídeas adaptaram-se aos mais variados ambientes. Podem ser terrestres, crescendo tanto em campinas e savanas em meio à relva, como sobre o solo de florestas sombrias; epífitas sobre árvores ou arbustos, próximas ao solo abrigadas da luz, ou perto do topo das árvores e cactos, submetidas à bastante luz; litófitas crescendo sobre solos rochosos ou apoiadas diretamente nas pedras, psamófitas sobre a areia das praias, saprófitas em turfa e elementos em decomposição no solo, ou raramente aquáticas em brejos e áreas pantanosas. Um caso extremo é uma espécie subterrânea da Austrália da qual apenas ocasionalmente emergem as flores.[22]

Crescimento

Apresentam crescimento contínuo ou sazonal, simpodial ou monopodial, agrupado ou espaçado, ascendente ou pendente, aéreo ou subterrâneo, o crescimento das orquídeas dá-se de maneiras muito diversas.[23] Conforme o ambiente predominam certas formas de crescimento. Nas áreas tropicais o crescimento contínuo é mais comum, porém existem espécies de crescimento sazonal. Em áreas sujeitas a secas ou frio intenso o crescimento costuma ser sazonal. As orquídeas monopodiais costumam crescer de maneira contínua. As simpodiais apresentam certa sazonalidade.[7]

Raízes

As orquídeas não apresentam raízes primárias, que são raízes centrais principais de onde brotam outras raízes secundárias, mas apenas as raízes secundárias as quais brotam diretamente do caule e ocasionalmente de outras raízes. Frequentemente servem de depósitos de nutrientes e água e ajudam as plantas a reterem e acumularem de material nutritivo que se deposita em suas bases. Em alguns casos são também órgãos clorofilados capazes de realizarem fotossíntese durante os períodos em que as plantas perdem as folhas. Variam em espessura, de muito finas a extremamente grossas. A estrutura das raízes diferencia-se muito entre as orquídeas, conforme a maneira e local onde crescem.[23]
As espécies epífitas geralmente apresentam robustas raízes, cilíndricas enquanto aéreas, as quais assumem formato achatado após aderirem ao substrato. Em regra são recobertas por espessa superfície esponjosa e porosa denominada velame, tecido altamente especializado na absorção de água ou umidade do ar.[21]
As espécies terrestres normalmente encontram-se espessadas em pequenas ou grandes estruturas parecidas com tubérculos de esféricos a longamente cilíndricos que servem de reserva de nutrientes e água e substituem os pseudobulbos presentes nas espécies epífitas. Ocasionalmente estes tubérculos separam-se da planta principal originando novas plantas.[21]
A durabilidade das raízes varia em função dos fatores ambientais e geralmente é inferior à duração dos caules. Novas raízes costumam brotar durante ou no final do período de crescimento vegetativo da planta.[21]
Apesar de geralmente não ser a fonte principal de nutrientes das orquídeas, estas geralmente valem-se da associação com um fungo chamado Micorriza que se aloja nas células exteriores do velame de suas raízes e excreta diversos nutrientes então diretamente absorvidos por suas raízes.[21]

Caules

Variabilidade das folhas de orquídeas.
Nas espécies epífitas de crescimento simpodial o caule geralmente é composto por parte reptante, curta ou longa, fina ou espessa, chamada rizoma e parte aérea que pode ou não encontrar-se espessada em estrutura para reserva de água e nutrientes conhecida como pseudobulbo. Em alguns gêneros epífitas, particularmente em alguns gêneros relacionados às Huntleya o caule secundário aéreo encontra-se reduzido a um nódulo ínfimo que origina as folhas.[24]
Nas espécies epífitas de crescimento monopodial o caule é único e aéreo, ereto ou pendente, e não se encontra espessado em pseudobulbos, sendo ajudado no armazenamento de nutrientes pelas folhas e raízes que brotam continuamente ao longo de todo o caule.[23]
As espécies terrestres podem ou não apresentar caules desenvolvidos e estes, diferente das epífitas, que sempre apresentam caules perenes, podem ser parcialmente decíduos. Algumas das orquídeas terrestres apresentam caules muito longos, que podem chegar a mais de seis metros de comprimento.[23]

Folhas

A grande maioria das orquídeas apresenta folhas com enervação paralela de cruzamentos dificilmente visíveis. Usualmente dispostas em duas carreiras opostas e alternadas em ambos os lados do caule. Muitas espécies apresentam apenas uma folha terminal. O formato, espessura, estrutura, quantidade, cor e tamanho e maneira de crescimento das folhas varia enormemente.[23]
  • A forma das lâminas foliares pode ser circular, elíptica, lanceolada, obovada, linear, espatulada, oblonga, além infindável variedade de outras formas intermediárias destas.
  • A ponta das folhas pode ser arredondada, reta, acuminada, fina ou espessa, radial, ou desigual.
  • Suas margens geralmente são suaves, parcialmente curvas, raramente denticuladas
  • A estrutura das folhas pode apresentar pecíolo ou não, com diferente número de enervações longitudinais paralelas, bastante visíveis ou quase imperceptíveis a olho nu
  • A espessura das folhas varia de muito finas e maleáveis ou carnosas, firmes e quebradiças até inteiramente suculentas
  • Geralmente verdes nas mais diversas gradações, suas cores podem ainda variar completamente conforme a face, de vermelho a marrom escuro, tons acinzentados, azulados ou amarelados. Algumas espécies apresentam folhas maculadas, estriadas ou pintalgadas por cores diversas.
  • Geralmente com superfície brilhante, podem ainda apresentar-se foscas ou com aparência farinosa.
Algumas espécies são desprovidas de clorofila nas folhas. A maioria das espécies conserva suas folhas por alguns anos mas algumas perdem as folhas logo após o período de crescimento e outras apenas em condições ambientais desfavoráveis. Existem ainda alguns gêneros nos quais as folhas são apenas rudimentares, dando a impressão de serem constituídas apenas pelas raízes e flores. Nestes casos as raízes são responsáveis pela fotossíntese.[21]
Análise floral de uma orquídea do gênero Vanilla.
Cortes esquemáticos de diversos frutos de orquídeas mostrando sua variabilidade.

Inflorescência

As inflorescências, de acordo com a espécie, podem ter de uma a algumas centenas de flores, e podem ser apicais, laterais ou basais, racemosas ou paniculadas, formando ramos, corimbos ou umbelas, com flores simultâneas ou abrindo em sucessão, ao longo da inflorescência ou brotando sempre no mesmo local. Algumas espécies apresentam estruturas perenes que servem apenas para floração como no caso das espécies do gênero Psychopsis e algumas das Masdevallia. As flores geralmente apresentam brácteas em sua base, muitas vezes extremamente reduzidas em tamanho, ou bastante grandes e até mais vistosas que as flores, como em algumas espécies do gênero Eria e Cyrtopodium. A inflorescência das espécies do gênero Dimorphorchis pode estender-se por quase cinco metros com flores espaçadas em quase um metro. A inflorescência das Octomeria mede poucos milímetros de comprimento.[23]

Flores

Dentre todas as famílias de plantas possivelmente as orquídeas é a família que apresenta maior espectro de variação floral. Geralmente apresentam flores hermafroditas mas, além destas, em alguns gêneros podem apresentar flores exclusivamente masculinas ou femininas.[23]
O tamanho das flores varia de dois milímetros a mais de vinte centímetros. Suas cores vão de quase transparentes ao branco, com tons esverdeados, rosados ou azulados até cores intensas, amarelos, vermelhos ou púrpura escuro. Muitas flores são multicoloridas.[23]
As flores normalmente apresentam simetria bilateral, com seis tépalas divididas em duas camadas, três externas chamadas sépalas e três internas denominadas pétalas. Tanto as sépalas como as pétalas são grandemente variáveis em formato e tamanho e podem ocasionalmente apresentar-se parcialmente ou inteiramente soldadas. A pétala inferior das orquídeas a que chamam labelo, sempre é diferenciada, ou expandida, podendo ser bastante simples e parecida com as outras pétalas ou apresentar calos, lamelas ou verrugas, formatos e tamanhos muito variados até bastante intrincados com cores diversas e contrastantes. Em muitos gêneros o labelo apresenta um prolongamento tubular oco ou um nectário próximo ao local em que se fixa à coluna, o qual recebe o nome de calcar. A observação das estruturas e padrões do labelo é uma das maneiras mais simples de reconhecer as diferentes espécies de orquídeas.[23]
Os órgãos reprodutivos (androceu e gineceu) encontram-se reduzidos e fundidos em uma estrutura central chamada coluna, ginostêmio ou androstilo. O número de estames varia entre as subfamílias: Apostasioideae possui três; Cypripedioideae dois, com o estame central modificado; as demais apresentam apenas o estame central funcional, com os dois outros atrofiados ou ausentes. Também a observação das características da coluna ocupa posição importante na identificação das orquídeas.[23]
Os grãos de pólen quase sempre encontram-se aglutinados em massas cerosas chamadas polínias, mas podem encontrar-se também agrupados em massa pastosa, ou rarissimamente soltos. As polínias ficam penduradas em uma haste chamada caudículo ou estipe, conforme sua estrutura, presas por um disco viscoso chamado viscídio, coladas por um líquido espesso secretado pelo rostelo. A maioria das espécies epífitas apresenta uma pequena capa recobrindo as polínias, denominada antera. O estigma é normalmente uma cavidade na coluna, onde as polínias são inseridas pelo agente polinizador. O ovário é ínfero, tricarpelar e possui até cerca de um milhão de óvulos.[23]
Ilustração de 1863 mostrando diversos tipos de sementes de orquídeas, em Beitrage zur morphologie und biologie der familie der orchideen.

Fruto

Praticamente todas as orquídeas apresentam frutos capsulares. Eles claramente diferem em tamanhos, formas e cores. As epífitas apresentam frutos muito mais espessos com paredes carnosas, espécies terrestres apresentam frutos mais finos com paredes mais delicadas. Geralmente são triangulares, mais ou menos arredondados, com números de lamelas que variam de três a nove. Alguns são lisos outros rugosos ou mesmo cheios de tricomas, verrugas ou protuberâncias em sua superfície. Os frutos desenvolvem-se com o engrossamento do ovário na base da flor, o qual geralmente é dividido em três câmaras. Quando maduro o fruto seca e abre-se em três ou seis partes ao longo do comprimento, embora não inteiramente, mantendo-se sempre preso à inflorescência. Boa parte das sementes logo cai, depositando-se entre as raízes da planta mãe, as sementes são também amplamente dispersas com o vento por longas distâncias.[23]

Sementes

Quase todas as orquídeas apresentam sementes minúsculas e leves, constituídas por um pequeno aglomerado de células de cobertura abrigando um embrião. Cada planta produz de centenas de milhares de sementes em cada uma de suas cápsulas. Ao contrário da maioria das plantas, as quais produzem um endosperma capaz de alimentar o desenvolvimento do embrião em seus primeiros estágios, as orquídeas utilizam-se de um processo simbiótico o fungo Micorriza que excreta os nutrientes utilizados pela jovem orquídea a partir da decomposição pelo fungo do material encontrado próximo à semente. Tão logo o embrião é capaz de realizar a fotossíntese, este processo torna-se responsável pela alimentação da planta e a Micorriza não é mais necessária, no entanto, algumas espécies de orquídeas saprófitas nunca serão capazes de realizar a fotossíntese plenamente e permanecem dependentes do fungo por toda a vida. Algumas espécies de orquídeas, por exemplo as do gênero Bletilla, apresentam alguma quantidade de endosperma. Poucas espécies de orquídeas têm sementes grandes, estas são representadas principalmente pelos membros da subfamília Vanilloideae.[21]

Polinização

Catasetum expansum
Flores masculinas onde se podem notar as antenas responsáveis pela ejeção das polínias.
Coryanthes leucocorys
Espécie que desenvolveu um dos mecanismos mais intesessantes de polinização por meio de uma bolsa cheia de líquido.
Bulbophyllum guttulatum
Espécie capaz de movimentar o labelo atraindo a atenção dos agentes polinizadores.
A maioria das flores de outras plantas utiliza-se de ofertas de alimento aos agentes polinizadores para atraí-los. As orquídeas, sendo plantas tão econômicas, que vivem de recursos tão esparsos, desenvolveram outras técnicas de atração que raramente incluem estes prêmios em forma de alimento. As formas mais comuns são o mimetismo a alguma forma que interesse aos insetos, cores, perfumes ou cera. Adaptaram-se também em sua forma de modo a forçar os agentes polinizadores a carregarem o pólen ao visitarem as flores, porém de maneira tão completa que somente o agente polinizador correto ajusta-se ao mecanismo da flor, outros visitantes não carregam o pólen. Isto ocorre devido ao fato de todo o polén estar condensado em somente um polinário e este ser removida completo de uma vez, ou seja, a chance de polinização da flor é única. Da mesma forma o labelo de suas flores apresenta grande variedade de estruturas que objetivam colocar o agente polinizador na posição correta para que as polínias aderidas a ele alojem-se na posição exata no estigma da flor.[21]
Por serem plantas geralmente epífitas, o material disponível para sua nutrição é limitado e a água disponível somente a partir das chuvas ou umidade presente no ar, assim as orquídeas aprenderam a tirar o maior proveito possível dos poucos recursos disponíveis. Adaptaram-se para o armazenamento de água em caules espessados, quase suculentos, chamados pseudobulbos, ou em raízes altamente porosas revestidas de uma camada esponjosa capaz de absorver umidade do ar, conhecida como velame, ou em folhas bastante espessas, ou ainda, quando terrestres, em pequenos tubérculos radiculares. Pela mesma razão, geralmente são plantas que apresentam longo período de repouso com baixo metabolismo, e rápido crescimento ou floração somente durante a estação em que os recursos são mais abundantes. Muitas perdem as folhas para evitar a desidratação nos períodos mais secos ou durante o período de repouso.[7]
Pela sua estrutura reprodutiva, as orquídeas obrigatoriamente necessitam do auxílio de agentes externos para o transporte de pólen ao órgão feminino de suas flores, uma vez que a massa polínica é pesada demais para ser levada pelo vento, e a parte receptiva do órgão feminino não é exposta o suficiente para recebê-la. Assim, as orquídeas selecionaram as estratégias mais fascinantes para promover a polinização. As flores podem possuir cores e aromas que atraem a atenção de polinizadores diversos, como abelhas, borboletas, mariposas diurnas e noturnas, besouros e beija-flores. Sua forma e tamanho também correspondem ao tipo de polinizador.[21]
Algumas flores podem assumir formas extremas. Orquídeas do gênero europeu Ophrys, por exemplo, apresentam a cor e a forma do labelo, ornado por cerdas, de maneira tal que se assemelham a fêmeas de uma certa espécie de abelhas. De forma que o macho, atraído pelo feromônio produzido pela própria flor e pela sua forma, copula com esta por engano, levando consigo as polínias, que depositará na próxima flor que visitar.[25]
Outras, como o gênero africano Angraecum, com flores noturnas, produzem néctar em tubos extremamente longos na base dos labelos, de modo que somente certas mariposas noturnas com probóscides igualmente longas, podem alcançá-lo. Ao posicionar-se diante das flores, as mariposas esbarram sua cabeça nas anteras, fazendo com que as polínias sejam atiradas e presas em si.[26]
As flores das orquídeas do gênero Coryanthes, contínuamente secretam um líquido que se deposita em um recipiente formado por seu labelo. Ao tentar coletar este líquido os insetos caem dentro do labelo e somente podem sair por pequena abertura. Ao passar por este estreito espaço levam as polínias em suas costas.[27]
O labelo das flores do gênero Bulbophyllum são presos à coluna por uma estrutura muito delicada que permite que ele balance com o vento mimetizando o movimento dos insetos.[28]
As flores do gênero Catasetum podem ser masculinas, femininas ou hermafroditas. As flores masculinas são mais vistosas que as femininas e apresentam duas antenas muito sensíveis próximas ao labelo, as quais, quando tocadas pelos agentes polinizadores, ejetam o polinário com força suficiente para, se não atingirem o inseto, percorrerem mais dois metros de distância em uma fração de segundo.[27]
Algumas orquídeas, ainda, não produzem néctar, mas perfume. Certas abelhas visitam suas flores para recolherem este perfume, que se acredita ser usado por elas para a síntese de feromônios.[29]
Algumas espécies auto polinizam-se com facilidade em um processo chamado cleistogamia.[30] Enfim, há incontáveis exemplos de estratégias de polinização entre as orquídeas, descrevê-los todos transformaria esta página em um livro. Outros mecanismos de polinização são discutidos nos diversos artigos sobre as espécies de orquídeas.

Evolução

Microchilus arietinus
Espécie terrestre contemporânea similar ao fóssil encontrado na República Dominicana.
Até recentemente não se sabia o momento exato em que as orquídeas separaram-se dos ancestrais comuns que tem com as outras Asparagales, no entanto, a descoberta do primeiro fóssil destas plantas na República Dominicana em 2007, fez retroceder as estimativas anteriores de que as orquídeas teriam 45 ou 50 milhões de anos para a estimativa atual de 84 milhões de anos. O fóssil descoberto é de uma espécie terrestre similar às espécies hoje classificadas no gênero Microchilus. Tratam-se apenas das polínias de uma flor aderidas às costas de uma abelha que ficou presa e conservada em âmbar desde então.[31]
A dispersão pantropical de certos gêneros primitivos como Corymborkis e Vanilla parece indicar que isto ocorreu antes que os continentes se separassem inteiramente. No entanto a evolução mais ativa das orquideas ocorreu após esta separação e as diversas áreas tropicais já estavam bem estabelecidas, há cerca de 55 milhôes de anos. Aceita-se também a presunção de que por esta data as cinco espécies de subfamílias já encontravam-se estabelecidas e seus mais primitivos ancestrais bem desenvolvidos.[32]
O epifitismo de todas as orquídeas decorre de ajustamento às condições ambientais presentes ao longo de sua evolução não se constituindo em caracter ancestral. O desenvolvimento do velame, diminuição das sementes de maneira a poderem ser levadas pelo vento, e associação com a micorriza devem ter ocorrido ao mesmo tempo que esta migração do solo para as árvores. Características compartilhadas pelas orquídeas modernas indicam que o ancestral primitivo destas plantas deveria ser uma planta pequena de crescimento simpodial, rizoma delicado, raízes carnosas, folhas dobradas e inflorescências terminais.[33]
As flores desenvolveram-se a partir de uma espécie de lírio, aos poucos adaptando-se a cada um dos polinizadores, eliminando estruturas desnecessárias e acrescentando elementos estruturais facilitadores da polinização por agentes específicos A pétala inferior, por ser o local de pouso dos insetos adaptou-se e diferenciou-se cada vez mais das outras duas pétalas, tornando-se cada vez mais atrativa.[33]

As orquídeas e o homem

Anacamptis morio
Espécie terrestre européia citada por Theophrastus em 300AC e utilizada hoje na Turquia para fabricação de sorvete.
Phragmipedium kovachii
Espécie rarissima descoberta apenas em 2002, já foi multiplicada aos milhares.
Uma típica espécie popular de orquídea em um vaso
As orquídeas têm fascinado os homens por mais de dois mil e quinhentos anos. Foram utilizadas no passado em poções curativas, afrodisíacos, para decoração e ocuparam grande papel nas superstições.[34] Há diversas referências na internet ao interesse do filósofo Chinês Confúcio por estas plantas no entanto a maioria das menções sobre Confúcio e estas flores, em que ressaltava as propriedades de seu perfume ao qual atribuía o caráter Lán, que significa beleza, delicadeza, amor, pureza e elegância, vem de textos publicados por seus seguidores e admiradores. Há pelo menos uma referência às orquídeas feita pelo filósofo em The School Sayings of Confucius no entanto mesmo este possivelmente é um texto apócrifo. O fato de seus seguidores atribuírem a Confúcio as mais diversas citações sobre estas plantas apenas confirma o interesse que já despertavam nesta época. A China tem longa história na apreciação destas flores. Orquídeas são citadas pela literatura antiga e retratadas pela arte chinesa desde o décimo século antes de Cristo, pinturas do começo de dinastia Song, entre 960 e 1127 chegaram até os nossos dias. Todavia, investigações recentes revelam que o cultivo de Cymbidium começou apenas no final da dinastia Tang entre 860 e 890 e não nos tempos de Confúcio como se pensava antes. Possivelmente a primeira publicação exclusivamente sobre orquídeas é uma monografia de sobre a cultura extensiva de destas plantas, no final da dinastia Song, entre 1128 e 1283. Pelo trabalho percebe-se que seu cultivo estava já bem estabelecido na China por esta época.[35]
Na Europa existem registros do período clássico grego de Teofrasto de Lesbos, cerca de 300 AC. Em seu trabalho Historia Plantarum, volume 9, descreve uma planta com dois pequenos tubérculos subterrâneos aos quais chama orchis, que corresponde à palavra testículos, possivelmente um exemplar de Anacamptis morio.
Antes dos Espanhóis conquistarem o México a fruta de Tlilxochitl, uma espécie de Vanilla, era a mais estimada dentre as especiarias astecas. Este povo admirava também as Coatzontecomaxochitl, Stanhopea, como flores sagradas as quais cultivavam em seus jardins.[36] Os astecas utilizavam também algumas espécies de orquídeas para fabricação de cola.[37]
A partir do século XVI diversos trabalhos foram publicados na Europa: Leonhart Fuchs em Historia Stirpium (1542), Hieronymus Bock em suas anotações volume 2 (1546), Jacques Daléchamps em Historia Generalis Plantarum (1586). Após a publicação de Species Plantarum por Lineu, em 1753, os registros sobre orquídeas ficaram cada vez mais abundantes. Breve resumo da história de sua classificação encontra-se no artigo sobre a taxonomia da família Orchidaceae.
Antes de introdução de espécies exóticas na Europa, as orquídeas eram há muito cultivadas como plantas de jardim. A primeira orquídea introduzida na Europa foi um exemplar de Brassavola nodosa que chegou na Holanda em 1615. Em 1688 desembarcaram as Disa uniflora vindas da África do Sul.[8]
Provavelmente devido à sua supremacia, diversas coleções importantes formaram-se na Inglaterra durante o século XIX. Em 1818 chegaram os primeiros exemplares de Cattleya labiata provenientes do Brasil, causando grande sensação e reforçando ainda mais o interesse pelas espécies tropicais destas plantas.[38]
Com o advento dos primeiros vistosos híbridos, no final do século XIX, o interesse por novas plantas provenientes dos trópicos diminuiu um pouco por algumas décadas, até que o interesse científico pela descrição de novas espécies no início do século XX, aumentasse a coleta de plantas e seu envio à Europa, principalmente para jardins botânicos e amadores interessados na recomposição de suas coleções.
A oferta de híbridos tem aumentado constantemente e as técnicas de semeadura modernas desenvolveram-se muito diminuindo bastante o preço destas plantas, outrora caras. As técnicas de seleção também aprimoraram-se e mesmo espécies naturais de difícil cultivo tem sido selecionadas de modo a tornar viável a cultura doméstica. A oferta de variedade raras de espécies naturais, com cores e formas selecionadas, vem também possibilitando a quase todos a aquisição de plantas antes apenas cultivadas por milionários. Em poucos anos qualquer planta altamente desejável pode ser reproduzida aos milhares. Vale notar o exemplo do Phragmipedium kovachii, espécie raríssima, desconhecida da ciência até 2002, hoje comum em coleções ao redor do mundo.

Usos

Hibrido de Phalaenopsis
Como os atualmente produzidos aos milhões na Tailândia.
Apesar de sua grande variedade, poucas orquídeas são cultivadas pela sua utilidade. Além dá já citada Vanilla, para produção de baunilha, algumas espécies são localmente utilizadas para produção de aromatizantes de chá, por exemplo, espécies perfumadas de Jumellea, perfumes ou tabaco, algumas Vanilla. Na Turquia usam-se os tuberculos da Anacamptis morio para preparação de um sorvete conhecido como salep. No século XIX pseudobulbos de Cyrtopodium eram utilizados como adesivos domésticos no Brasil.[7]
O verdadeiro valor das orquídeas hoje provém da produção de flores para corte, principalmente híbridos dos gêneros Phalaenopsis, Cattleya, Dendrobium, Paphiopedilum e Cymbidium. As mesmas espécies são também bastante vendidas em vasos para ornamentação e cultivo doméstico.
A Tailândia tem especializado-se na produção de flores de orquídeas para exportação para grandes cidades ao redor do mundo.[39] Em 2001 exportou mais de 3 milhões de plantas vendidas por cerca de 40 milhões de dólares.[40] Desde então o ministério da agricultura da Tailândia reconheceu o potencial desta produção e tem procurado melhorar a qualidade e atratividade de seus clones concedendo certificados aos melhores produtores.[41]
Nos Países Baixos são produzidas grandes quantidades de híbridos para vendas no atacado por 216 produtores registrados. Nos Estados Unidos estima-se que em 2003 o mercado de plantas envasadas girou cerca de 121 milhões de dólares. Atualmente o mercado atacadista supre-se principalmente por meio de frascos com mudas a serem cultivadas localmente para venda posterior. De 1991 até 2001 a produção alemã de orquídeas in-vitro passou de dois milhões e meio para doze milhões de plantas, principalmente híbridos, particularmente de Phalaenopsis.

Cultivo

Exposição de Orquídeas no Jardim Botânico de São Paulo, Brasil, em novembro de 2003.
Aspecto de uma coleção particular de orquídeas cultivada orquidário coberto apenas por tela, em São Paulo, Brasil.
Como são tantas espécies diferentes de ambientes diferentes, é impossível apresentar os cuidados básicos de cultivo para todas elas. Assim, o primeiro passo para cultivar uma orquídea com sucesso é a identificação correta da espécie. Consultar orquidófilos mais experientes pode ser útil caso surja uma planta desconhecida que se queira cultivar. Desta forma pode-se decidir com precisão a iluminação, o regime de regas, o substrato, e outros fatores necessários para o êxito no cultivo. O erro mais comum é plantar orquídeas na terra. Apesar de algumas espécies desenvolverem-se bem neste tipo de substrato, mais de setenta por cento das espécies são epífitas e não se adaptam à umidade excessiva proporcionada pela terra, morrendo em poucos meses. Existem muitos substratos adequados a estas plantas no mercado. Outro erro comum é a colocação de prato sob os vasos, resultando também em umidade excessiva. De modo geral não se devem colocar pratos nos vasos mas sim regá-las com maior frequência deixando então que o substrato seque completamente e suas raízes possam respirar.
Uma coisa é certa, as orquídeas de maneira geral não são plantas delicadas e frágeis como alguns acreditam. Pelo contrário, estas plantas (principalmente as providas de pseudobulbo) são extremamente resistentes, e podem sobreviver durante dias fora de um substrato. Sua capacidade de sobrevivência lhes permite que tenham tempo para adaptar sua fisiologia a novas condições após o replantio. Os híbridos, por sua vez, são de maneira geral extremamente resistentes, e podem prosperar mesmo em condições adversas de cultivo, crescendo mais rápido que as espécies ditas "naturais".
Em boa parte das grandes cidades ao redor do mundo existem associações orquidófilas formadas pelos amadores e profissionais locais. Estas sociedades fazem reuniões periódicas em que se discutem as últimas novidades, trocam-se informações de cultivo, plantas são expostas, avaliadas, trocados ou sorteadas. Realizam palestras e quando há diversas associações similares na redondeza, organizam exposições e campeonatos de cultivo e raridade. A maioria dos países possui uma coordenadoria das associações responsável pela organização e criação de regras para estas exposições e pelo bom funcionamento de cada uma das associações, resolução de disputas, registros em geral, premiações, criação de regras, seleção de juízes, etc. Dois bons exemplos de associações deste tipo são a American Orchid Society, AOS, e a Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, CAOB. Ambas organizações de utilidade pública, mantém sitios na internet e são boas referências para aqueles que procuram informações sobre orquidófilos em sua região.
O cultivo de orquídeas no sudeste brasileiro é muito comum. São tantas a associações orquidófilas que a cada final de semana há pelo menos duas, por vezes quatro exposições de orquídeas acontecendo ao mesmo tempo em cidades diversas.[42] Frequentar estas associações e exposições é o melhor o melhor modo de aprender sobre o cultivo das orquídeas.

Produção

Fruto aberto mostrando as sementes de Cattleya walkeriana, espécie nativa do Brasil central.
O método mais simples de reprodução, muito utilizado por colecionadores e comerciantes em pequena escala, é a divisão do rizoma. Toma-se uma planta adulta com pelo menos 6 pseudobulbos formados, de preferência logo após o término da floração, e, com uma faca afiada e esterilizada, corta-se o rizoma, de maneira a separar a planta em duas mudas com 3 pseudobulbos cada. Em casos de plantas maiores, deve-se sempre manter as mudas com o mínimo de 3 ou 4 pseudobulbos para permitir seu rebrotamento. O plantio deve ser feito no substrato adequado à espécie. A muda deve ficar fixa de alguma forma para que as novas raízes possam brotar e se fixar no substrato. Só quando as raízes estiverem restabelecidas as plantas voltarão a crescer.
Mas as orquídeas podem ser produzidas em larga escala. Graças à quantidade de sementes produzidas em cada fruto, e à possibilidade de reprodução de meristemas in vitro.[43]
As sementes são diminutas, e um único fruto pode gerar milhares de novas plantas, cada uma com uma característica diferente da outra. Mas as sementes são muito pequenas, e não conseguem germinar por recursos próprios. Elas precisam das condições de acidez e da disponibilidade de nutrientes que o fungo micorriza de uma planta adulta fornece. Assim, o modo mais simples (e menos eficiente) de reprodução por sementes é simplesmente espalhá-las sobre e ao redor das raízes de orquídeas adultas, assegurando-se de que tenham umidade constante.[43]
Um jeito mais eficiente consiste no preparo de um substrato de musgo Sphagnum. Este deve ser esterilizado e deixado em repouso em um recipiente fechado para manter sua umidade. Deve-se também adicionar pedaços saudáveis de raízes de uma orquídea adulta, de preferência da espécie que deseja-se reproduzir, para que o fungo possa se reproduzir no próprio Sphagnum. Após alguns dias de descanso, semeia-se as sementes, e conserva-se o sistema em um recipiente transparente. As sementes germinam em algumas semanas, e crescem muito devagar, de modo que uma planta só floresce pela primeira vez com entre 5 e 10 anos de idade.
Outro método caseiro de se obter mudas de orquídeas a partir de sementes é através de um processo que utiliza um tomate livre de agrotóxicos, um saco plástico, uma placa de fibra de coco, água, raízes da planta e sementes da cápsula. Descasca-se o tomate, macere-o, misture algumas raízes da orquídea a ser reproduzida e as sementes que estão na cápsula macere-as junto com o tomate e em seguida espalhe sobre a placa de fibra de coco que já deverá estar umedecida com a água. Em seguida coloque a placa dentro do saco plástico e o encha de ar amare-o bem e dependure-o em um local seco, fresco e a meia sombra e espere de cinco a sete meses e as primeiras plântulas já estarão germinadas.
A reprodução por meristema, ou clonagem, é mais eficiente, e consiste na retirada da ponta das raízes ou miolo de um broto. Colocada em meio de cultura, e sob a influência de hormônios vegetais, o meristema transforma-se numa massa de tecido indiferenciado, capaz de dar origem a novas plântulas. As plântulas são destacadas e cultivadas em tubos de ensaio independentes, e em pouco mais de um ano, estão prontas para o cultivo em local definitivo. As mudas produzidas são, logicamente clones perfeitos da planta original, sendo este método o mais aplicado para a reprodução em massa de uma determinada variedade. Este sistema é utilizado também para semeadura simples, quando o meristema é substituído pelas sementes e produz resultados muito eficientes.[44]

Orquídeas mais populares

Trudelia cristata
Espécie de crescimento monopodial anteriormente classificada no gênero Vanda.
A seguir apresentamos uma pequena lista dos gêneros mais cultivados entre as orquídeas.[42] A lista vem organizada conforme seu local de origem, não o de cultivo. Há de se lembrar que ao clima de cada região, certas espécies de orquídea se adaptam melhor do que outras, de forma que a lista seguinte contém gêneros que podem prosperar em uma região mas não em outra. A popularidade dos diversos gêneros varia muito de país para país, tanto pela diferença das espécies disponíveis em cada região como pelos custos envolvidos em seu cultivo. É natural que nos países frios a preferência seja por plantas que toleram mais frio ou por plantas de climas quentes mas que sejam menores e portanto ocupem menos espaço em uma estufa que tem que ser mantida aquecida a elevado custo durante o inverno. Por outro lado, nos países de clima quente a dificuldade em manter plantas de clima frio é maior que o inverso já que os equipamentos que diminuem a temperatura costumam roubar umidade do ambiente, umidade quase sempre muito necessária às plantas.

Híbridos

Brassolaeliocattleya Turambeat
Híbrido entre os gêneros Brassavola, Laelia e Cattleya.
A produção de híbridos artificiais de orquídeas vem ocorrendo há mais de um século. Estima-se que sejam hoje mais de cem mil híbridos. A Royal Horticultural Society é responsável pelo registro oficial de híbridos, no entanto, a produção doméstica e por pequenos produtores locais é bastante grande e só pequena parte destes híbridos caseiros é registrada, de modo que o número total de híbridos já produzidos pelo homem permanecerá sempre apenas uma suposição.
De acordo com as regras do Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas, os híbridos de espécies de um mesmo gênero são sempre classificados com nomes pertencentes ao mesmo gênero, por exemplo o híbrido entre duas Cattleya ainda é uma Cattleya. Quando são dois os gêneros utilizados, cunha-se um nome utilizando-se os nomes originais, por exemplo o híbrido entre uma Laelia e uma Cattleya é uma Laeliocattleya. Quando são três ou mais os gêneros envolvidos, o produtor pode criar um nome novo para o gênero resultante, desde que nenhum tenha sido registrado anteriormente.
Os híbridos naturais de orquídeas são comuns também, no entanto, apesar de serem em sua grande maioria plantas férteis, apenas pequena parcela deles é capaz de reproduzir-se naturalmente. Isto decorre do fato que espécies tão especializadas como as orquídeas necessitam de um polinizador em particular para cada uma. Os híbridos naturais geralmente são plantas que não se ajustam aos agentes polinizadores existentes exatamente por serem mesclas de espécies estabelecidas a milhares de anos e com polinizadores diferentes. Seus tamanhos cores e medidas são diferentes do necessário para obter sucesso reprodutivo natural.[7]